IDC reforça seu slogan de “terceira plataforma” e reitera que 2014 será o ano de tecnologias móveis, nuvem, big data e redes sociais

O discurso de “terceira plataforma” domina o que a IDC enxerga como os fatores mais relevantes no mundo da tecnologia para os próximos 12 meses. A empresa de consultoria cunhou esse jargão há algum tempo para descrever um momento balizado por soluções criadas em um ambiente cada vez mais móvel, baseado em nuvem, recheado de um volume intenso de dados e colaborativo.

De fato, a companhia bate nessa tecla há bastante tempo. Aparentemente, agora, o conceito ganha força na batalha com o que pode ser considerada a “segunda plataforma” – suportada por serviços de internet e organizada no modelo cliente/servidor.

A IDC coletou opinião de mil de seus analistas ao redor do mundo e compilou sua visão sobre como será 2014. O período pedirá dos provedores de tecnologia capacidades para se ajustarem a transformações a fim de ganhar participação de mercado, agilidade para direcionarem novas ofertas e fortalecimento de sua veia na oferta de serviços. Além disso, será uma época de consolidação dos conceitos que emergiram nos últimos tempos.

Ao que tudo indica, o sucesso de uma companhia dependerá de sua habilidade de encontrar e desenvolver produtos “matadores”, uma vez que os clientes gastarão 15% mais dinheiro com tecnologias relacionadas a “terceira plataforma” do que no ano passado. A projeção é soluções móveis, computação em nuvem, big data e tecnologias sociais abocanhem 29% dos gastos globais com tecnologia.

Abaixo, uma lista com 10 tendências apontada pela consultoria para 2014.

1. A força dos smartphones e tablets: a IDC estima que os gastos mundiais com TI crescerão 5% frente ao ano passado. As vendas de dispositivos como smartphones e tablets responderão por 60% desse crescimento. Sem esse tipo de dispositivos, a expansão anual seria da ordem de 2,4%. Aparelhos portáteis desse perfil responderão por 13% de todo o valor aplicado globalmente em tecnologia da informação.

2. O avanço dos mercados emergentes (de novo): no que diz respeito aos gastos com TI, os mercados emergentes retornarão sua taxa de crescimento acima de 10%. Países em crescimento investirão aproximadamente US$ 740 bilhões em tecnologia, o que representará um terço da receita global. A IDC calcula que mais de 60% da expansão da indústria virá dessas regiões.

3. A mudança da IaaS para a PaaS: a consultoria prevê um deslocamento no eixo levando infraestrutura como serviço (IaaS) em direção a serviços na categoria de plataforma como serviço (PaaS). Os analistas consultados acreditam em uma avalanche de ofertas desse tipo para desenvolvedores vindos de companhias cada vez maiores. Com isso, companhias que eram líderes de mercado na “segunda plataforma” serão forçadas a fazer mudanças fundamentais na maneira como operam. A expectativa é que o Google entre nessa briga em busca de uma posição de destaque.

4. Crescimento de dois dígitos em dispositivos móveis: Os dispositivos móveis seguirão seu rumo em ascensão. Vendas de tablets crescerão 18% e de smartphones, 12%. A IDC projeta que a comunidade Android, liderada pela Samsung, seguirá a frente da Apple em números absolutos. A companhia fundada por Steve Jobs, por sua vez, manterá preços de varejo acima da média e sustentará seu ecossistema já estabelecido de apps – mesmo que possivelmente perca receita para aplicativos disponíveis no Google Play, que verificam crescimento forte.

5. Computação em nuvem se tornará um mercado de US$ 100 bilhões: gastos com computação em nuvem aumentarão em 25%, chegando a US$ 100 bilhões. A IDC espera um aumento drástico no número de data centers para nuvem em todo o mundo, uma vez que todos os concorrentes do mercado querem se posicionar globalmente.

6. Especialistas (brokers) em dados irão tirar vantagem do crescimento do Big Data: gastos com tecnologias para Big Data e serviços associados devem crescer em 30% e ultrapassarão US$ 14 bilhões. Como consequência desse crescimento, a IDC prevê séria escassez de analistas treinados para lidar com os grandes fluxos de dados. Provedores de conteúdo e especialistas em dados, por sua vez, crescerão em grandes números, diz a IDC. Estes vão atender às necessidades de empresas que estão à procura de fontes valiosas de dados e aplicações para obter melhor compreensão de seus clientes e mercados.

7. Fim do isolamento para as tecnologias sociais: as soluções para redes sociais não mais viverão isoladas. Durante os próximos 12 a 18 meses, elas se tornarão mais e mais integradas às aplicações corporativas existentes. Os dados coletados e processados por essas ferramentas são agora usadas não apenas para retenção de clientes e marketing, mas também para aumentar a canalização do desenvolvimento e serviços. A IDC espera que as redes sociais para empresas se tornem altamente disponíveis como soluções padrão na nuvem.

8. Nuvem se tornará mandatório na estratégia: os data centers constituem a base física abaixo da nuvem e são, sobretudo, um componente importante da terceira plataforma. O número de centros de dados voltados para a prestação de serviços em nuvem está crescendo, transformando provedores de serviços em nuvem importantes consumidores de servidores, sistemas de armazenamento e componentes de rede. Consequentemente, dizem os analistas, os provedores de hardware estabelecidos que encontraram dificuldades para ganhar uma posição neste mercado no passado, no futuro, serão forçados a adaptar-se a uma estratégia de “cloud first”.

9. O surgimento de plataformas de inovação por indústria: a terceira plataforma verá uma grande gama de aplicações de próxima geração que pode ajudar empresas a assegurar suas vantagens competitivas. Plataformas de inovação designadas a indústrias específicas serão um aspecto chave no desenvolvimento da inovação. A IDC cita o software Prediz, da GE, como um exemplo. Segundo os analistas, centenas de plataformas similares irão surgir em breve.

10. A internet das Coisas ganhará velocidade, permitindo novas alianças na indústria: em 2014, a terceira plataforma irá se expandir do smartphone, tablet e PC para a Internet das Coisas. Os analistas preveem que a Internet das Coisas irá ganhar velocidade durante este ano. A IDC espera ver novas alianças se formarem na indústria, como entre fornecedores tradicionais de TI e provedores de telecomunicações ou fabricantes de manufaturas, por exemplo, que querem criar ofertas integradas para eletrônicos e dispositivos de rede em geral. Até 2020, a IDC espera que a receita total proveniente da Internet das Coisas seja de US$ 8,9 bilhões.

FONTE: http://crn.itweb.com.br/48557/idc-lista-10-tendencias-em-ti-para-