Mark Zuckerberg conversou com alguns analistas de Wall Street essa semana. A ideia era comentar os resultados relativos ao quarto trimestre fiscal do Facebook. O fundador da rede social aproveitou a oportunidade para dar sua visão sobre o futuro da companhia. Mais que isso: afirmou que sua empresa brigará pela liderança no mercado de buscas, atualmente nas mãos do Google.

O jovem executivo listou três fatos sobre seus negócios que têm tido pouca atenção do público de maneira geral. O primeiro é que sua rede é um grande indexador de dados, maior que qualquer outro motor de buscas. Outro ponto reside no fato de que a unidade de inteligência artificial da companhia trabalha para trazer resultados disponíveis através do Graph Search, solução de buscas.

Por fim, um produto para dispositivos móveis através do qual as pessoas poderão pedir conselhos e resolver problemas utilizando reconhecimento de voz será lançado em breve. Isso, pontuou Zuckerberg à Business Insider, é um esforço que levará dez anos.

Tal visão surgiu quando ele foi questionado sobre as buscas gráficas. A diferença dessa ferramenta no Facebook para a do Google é que a segunda retorna resultados concretos para palavras-chave. Já experimentou perguntar ao Google quanto é 65.789 + 65.987? Ou quanto é 56 reais em dólares? O Graph Search, por sua vez, pretende ajudar a encontrar respostas para perguntas não tão pragmáticas, do tipo “Quais os restaurantes favoritos dos meus amigos?”.

Zuckerberg comenta que as primeiras versões dessa ferramenta já indexaram mais de um trilhão de conexões entre pessoas e interesses, eventos e grupos. Enfim, tudo a que as pessoas se conectaram e se interessam. Um segundo lançamento feito recentemente trouxe algumas evoluções, dentre as quais atualizações e dados desestruturados de textos, fotos, fragmentos de conteúdo que as pessoas compartilharam ao longo dos 10 anos da rede social.

Indexação é realmente um grande negócio. O volume absurdo de dados gerado nos últimos anos, se cruzados de maneira correta, gera uma avalanche de informações valiosas que, até agora, trafegam na rede sem ninguém ter extraído tanto valor disso tudo. O que o Facebook teria em mãos é algo diferente do que já fora indexado massivamente até então.

Obviamente Zuckerberg pensa ter o maior banco de dados do mundo, maior que o do próprio Google. Na conferência com analistas, ele não teria dito “search engine” (motor de buscas) mas “web search engine” (motor de buscas web) em um tom de cinismo que pode ser interpretado com o fato de que o concorrente pode estar confinado a navegadores de internet, enquanto o Facebook poderia prover uma experiência pessoal desassociada a isso e com muito mais amplitude.

Contudo, o executivo apoia sua ambição na escala de sua plataforma que reúne 1,2 bilhão de usuários. A ideia é utilizar isso como pavimento para saltos maiores.